A Estátua de Sal - Albert Memmi

É um livro que define o conflito de identidade vivido por Alexandre, um judeu tunisiano pobre em tempo de dominação francesa. Tentando localizar seu espaço na sociedade, ele vai construindo seu perfil através da busca por uma vida melhor por meio da educação, cultura e filosofia.

A história marca bem o desespero pela dificuldade de se tornar alguém melhor. Nessa busca, Alexandre nega sua cultura, pobreza, religião, costumes e até idioma por considerá-los ultrapassados, tentando reconstruir sua personalidade do zero. Porém, ao tentar ingressar no mundo considerado ideal, ele se vê como um estrangeiro.

Muito bom para refletirmos sobre o que queremos da nossa vida e como agir para torná-la melhor independentemente de nossas raízes. Seria melhor a negação total do passado? Uma tentativa de reconciliação? Ou manter-se fiel à suas tradições? A resposta rende uma boa reflexão.

Cemitério de pianos - José Luís Peixoto

Esse definitivamente não é um livro comum. As histórias dos personagens se misturam e entrelaçam formando uma continuidade e renovação, que é o tema do livro. Infinitos pontos de vistas para as muitas situações pelas quais passam os membros da família Lázaro enriquecem a narrativa da história. 

José Luís Peixoto tem uma forma toda especial de nos fazer viver os acontecimentos que ele conta. Isso transforma uma história que a princípio seria cotidiana em acontecimentos marcantes, revelando o espantoso camuflado pelo cotidiano.

O cemitério de pianos da história é a metáfora para o mundo da família. Lá as coisas se renovam e decompõem à mercê das pessoas ou do tempo.